@DDito 16
XVII Jornada da EBP-MG
E faltam 25 dias para começar a XVII Jornada da EBP-MG
Mais de 2/3 das vagas já foram ocupadas. Restam cerca de 140 lugares.
Garanta o seu! Mineiro não perde o trem, uai!!!
V Seminário Preparatório da XVII Jornada da EBP-MG
O que a criança ensina?
Dia 04 de outubro, próxima quinta-feira, estaremos realizando o nosso último seminário preparatório. O que a criança ensina àpolítica da psicanálise? Para conversarmos sobre esse eixo, convidamos Ana Lydia Santiago e Cristina Drummond, para animarem a conversa entre nós.
A política da psicanálise dá passagem à criança como sujeito suposto-saber da psicanálise, portadora de um saber autênticoe não objeto de saber das políticas que seguem um modelo homogêneo. O discurso do interesse maior da criança tem sido razão de controvérsias insolúveis. No campo da saúde, educação e justiça, projetos e soluções fundadas no cientificismo utilitarista tendo como foco a criança como objeto do mercado, ao visarem ao bem da criança e à sua proteção, realizam o pior. O delírio de controle da infância é generalizado. A contenção química por meio da medicalização, os tratamentos de controle do comportamento e protocolos classificatórios, ou mesmo a sua contenção física e institucional, por meio da internação compulsória, são algumas das respostas, dessa época, frente à criança-exceção à regra. A política da psicanálise está orientada quanto ao fato de que a criançaé “um sujeito em pleno exercício”, cujo saber é respeitado em sua relação com o gozo que o envelopa e anima, como Jacques Alain Miller nos esclarece em sua conferência « A Criança e o Saber », publicada no CIEN Digital, no 11.
Numa troca de emails com Cristina Drummond, esse final de semana, ela disse que levará para nossa conversa, na quinta-feira, doisfragmentos clínicos para contrapor a particularidade do sintoma à universalidade da leitura dos saberes contemporâneos orientados pela ciência à respeito da infância, retomando o termo “criança generalizada”, conforme o ensino de Lacan.
Cristina Drummond, gentilmente nos ofereceu um fragmento do texto indicando-nos o percurso que irá percorrer na próxima quinta, adiantando-nos a sua conclusão: « Penso que a criança de nossos tempos nos ensina seu estatuto de dejeto, tanto do simbólico, como da ciência. E nos ensina que nossa política deve ser uma alternativa à indiferença da criança generalizada. Isso implica em dar lugar à posição do sujeito como sintoma. Essa posição é totalmente distinta da posição idealizante, irrealizante e mortificante da catalogação do ser falante como indivíduo medido e enquadrado nas normas da ordem pública. É essa a política que a psicanálise pode oferecer ao tratamento da infância, para que ela retome seu estatuto de “camada mais fértil da vida”.
Colegas, essa conversa nos muito nos interessa; dos 42 trabalhos selecionados para a grande conversação da XVII Jornada, 14 testemunham o que a criança ensina à política da psicanálise, em nossa época. Portanto, quinta-feira, dia 4 de outubro, teremos mais uma oportunidade de nos prepararmos e nos aproximarmos do que está em jogo nessa discussão, a partir do testemunho da experiência analítica
Até lá!
Fernanda Otoni – Coordenadora da XVII Jornada da EBPMG