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Lacan Cotidiano |
▪A VIDA COMO ELA VEM▪« Uma presidente do real » Pierre Stréliski ▪KIOSQUE▪ Gérard Miller & Philippe Sollers ▪InstantÂNEOS▪A Índia se desenvolve, mas… Por Dominique Miller
▪ A VIDA COMO ELA VEM ▪
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“Uma presidente do real”Pierre Stréliski
Sabemos qual é a profecia de Lacan em 1967: “Nosso futuro de mercado comum encontrará seu equilíbrio na extensão cada vez mais dura do processo de segregação” (Autres Écrits, p.257). É agora. A promessa do real não é de fato uma mentira, é antes uma ironia terrível. A Frente Nacional está creditada com 17% das intenções de voto, 40% deles são dos operários da Lorena. É o terceiro partido da França. Paradoxalmente é um sucesso bem europeu.1. Quadro político (respeitável) – Nota do Tradutor 2. Delenda est Cartago – Do latim: Cartago seja destruída – Nota do Tradutor
▪ KIOSQUE ▪ « RENDEZ-VOUS CHEZ LACAN » em DVD O filme de Gérard Miller, « Rendez-vous chez Lacan », apresentado pela France 3 há três meses, sairá em DVD no mês de fevereiro. Mas você pode solicitá-lo desde já através do site:http://www.gerardmiller.fr
e também recebê-lo, com antecedência, a partir do mês de janeiro. Com a participação de: Agnès Aflalo, Jo Attié, Guy Briole, Antonio di Ciaccia, Jean Louis Gault, Yasmine Grasser, Alain Grosrichard, Suzanne Hommel, Benoît Jacquot, Éric Laurent, Catherine Lazarus, Anaëlle Lebovits, Clotilde Leguil, Lilia Mahjoub, Jacques-Alain Miller, Judith Miller, Jean-Claude Milner, Martin Quenehen, François Regnault. Três bônus inéditos: Entrevista com Judith Miller (17min) – Entrevista com Jacques-Alain Miller (15min) – O ponto de vista do diretor (14min)●●● L’Éclaircie, o novo romance de Philippe Sollers, sairá em 5 de janeiro pelas Edições Gallimard. “Desde o meu primeiro encontro com Lucie, uma fórmula espanhola voltou ao meu espírito: « los ojos con mucha noche », os olhos com muita noite. Os « amores à primeira vista » são raros, à noite mais ainda. Os quadros onde Lucie apareceria, se eu fosse o pintor, deveriam ser invadidos pela intensidade deste negro sem o qual não há clareiras. Negro e halo azulado. Todo o resto, vestidos, calças, joias, responderia a este negro, nudez incluída. Mas a prova, aqui, está nos lábios, na boca, na língua, na saliva, na respiração. Somente quando se beija apaixonadamente, e longamente, é que podemos saber se estamos de acordo. O beijo longo e profundo, eis aí a pintura, eis aí o que é impossível de filmar. Eu sempre chego com dez minutos de antecedência. Eu ouço o elevador, o barulho da chave de Lucie na fechadura, as cortinas já estão fechadas, ação.” Trecho em primeira-mão
▪ INSTANTÂNEOS ▪ A Índia se desenvolve, mas…Por Dominique Miller
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Sim, estamos no final de 2011 e a Índia se desenvolve. O sinal mais evidente é a onipresença da informática; computadores, Iphones, Blackberrys, acompanham cada cidadão da sociedade civil. Para que um lugar seja frequentável, o Wifi é obrigatório. Mumbai é mais informatizado que Paris… Bem mais ambicioso e apressado, e não é o sol a pino e nem a monção diluviana que esmagam os pedintes na rua e que fragilizam as montagens precárias das favelas, que detêm os business men. Estes se trancam em suas berlinas dotadas de ar condicionado, e percorrem a cidade a toda velocidade, porque o enriquecimento é para eles uma prioridade. Os outros também correm, os mais pobres em ônibus vermelhos à inglesa ou ainda em Rickshae, os menos pobres em taxis que estão por toda parte. A maneira de dirigir dos indianos já é célebre por sua intrepidez que beira à inconsciência. Ela é, a meu ver, sintomática deste país frenético. Os primeiros serão os primeiros. Sinais vermelhos, prioridade à direita, vacas no meio do caminho, jovens mendigando, famílias de 4 pessoas sobre uma mobilete com a mãe sentada atrás como uma amazona, levando nos braços seu bebê, carros que surgem de todos os lados, são tantos os motivos para acelerar, a despeito de toda prudência e cortesia. O uso indiscriminado da buzina é lei.Temos então, sim, que admitir que a Índia progride. O progresso se impôs neste país como um protecionismo glutão. Tudo é bom. Compra-se a empresa no exterior, nutre-se de suas inovações, que são incorporadas e conservadas. Depois ela é fechada, ignorando os dramas humanos e econômicos que isto gera no exterior. Para solidificar este protecionismo, o país impõe regras draconianas para limitar a instalação de empresas estrangeiras. Mas sem que isto impeça, apesar de tudo, que estrangeiros decididos a respeitá-las, trabalhem neste país. Conheço três jovens empreendedores franceses que venceram com muita paciência e inteligência. E, o que é uma proeza, sem compactuar com a corrupção!A corrupção na Índia tornou-se uma instituição. Ela gangrena a sociedade em todos os níveis. Para obter uma licença na área de restauração, uma licença de construção, para escapar da prisão preventiva, ou simplesmente de uma multa de trânsito, etc. Um escândalo, em 2008, com relação às licenças para a telefonia móvel, “o escândalo 2G”, que implicava burocratas, resolveu-se com a demissão e prisão do ministro. A corrupção destes funcionários custou ao estado 39 bilhões de dólares! O progresso a qualquer preço tem seus limites.Com relação a esta sede de progresso que se apresenta como imperativo moral e econômico ao mesmo tempo, só nos resta assinar embaixo. A dificuldade, assim como acontece na China, é que em certas zonas, o povo pobre é largado sem acesso aos recursos básicos (faltam alimentos, água, eletricidade). Um povo cuja tradição de castas e crenças religiosas faz com que as pessoas se mantenham em uma docilidade visível e incompreensível. Passeie como turista em Banganga, que é um enclave popular em um dos bairros mais ricos de Bombaim, e você encontrará somente amabilidade entre os habitantes. Enquanto que ali, bem ao lado, prosperam bilionários como Mittal, Tata ou Mukesh Ambani, o homem da casa de um bilhão que nunca foi habitada, porque uma vez terminada a construção, ele não gostava mais dela.Este quadro autêntico e pessimista pode decepcionar, porque no ocidente esperamos muito deste desenvolvimento indiano. Alguns pensam, e não são os menores, a saber, na diplomacia europeia, que a sociedade indiana poderia ser o nosso futuro, o futuro dos ocidentais, no sentido de que o fosso entre as classes sociais é cada vez mais evidente, em razão do empobrecimento das classes médias.É necessário atenuar este triste quadro com a presença influente das ONG, e pelo aumento de movimentos de oposição que são – e este é um fato novo – cada vez mais transmitidos pelas mídias. Assim, este homem de 74 anos, Ana Hazare, pede que seja criada uma autoridade independente contra a corrupção, fazendo greve de fome; a tradição subversiva da Índia. Ou ainda este outro indiano, Baba Rawdew, que combate a fuga de capitais para os paraísos fiscais. Há enfim este exemplo da réplica da Corte Suprema, constituída de juízes íntegros, que luta contra a corrupção. ₪ Para os autoresAs propostas de textos para serem publicados no Lacan Cotidiano devem ser encaminhadas por e.mail ou diretamente no site http://www.lacanquotidien.fr/blog/, clicando em « proposez un article« . As fontes devem ser Word ▫ Police: Calibri ▫ Tamanho dos caracteres: 12 ▫ Entrelinhas: 1,15 ▫ Parágrafo: Justificado ▫ Notas de pé de página: a mencionar no corpo do texto, e no fim dele, police 10 ₪
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