Graças ao progresso atingido pela ciência e a sua aplicação técnica, uma miríade de objetos apareceu, participando da renovação considerável da produção industrial e agrícola da época. Veio-lhe então a idéia de conceber, seguindo este modelo, uma loja onde o cliente poderia passear à vontade, perder-se aí, circular por um labirinto repleto de produtos, de objetos, de mercadorias, oferecendo-se generosamente à sua cobiça.
Com o concurso do arquiteto L. A. Boileau e do engenheiro Gustave Eiffel,
ele construirá «uma catedral de comércio para um grande número de clientes» como escreve Zola em seu célebre «Au bonheur des dames». Seria necessário dizer mais precisamente
«para um grande número de freguesas», pois o lugar foi concebido para atrair especialmente as mulheres. A Grande Loja perturbará os costumes das burguesas
do Segundo Império, transformadas em consumidoras, elas se entregarão doravante ao shopping. A construção, mais tarde, do
Hôtel Lutetia na proximidade da loja «Au Bon Marché» permitirá aos clientes ter um lugar charmoso onde se hospedar. O casal Boucicaut terá inventado de um só golpe o
Shopping & Tourisme, setor em pleno crescimento hoje.O sucesso comercial prodigioso dos Bouciaut, fará competidores em Paris e alhures. Assim, O Bazar do Hôtel de Vile, Le Primtemps, La Samaritaine, Harrods, Macys e outras grandes lojas irão se implantar nas capitais do mundo.
Com as Grandes Lojas e as Exposições Universais, o Segundo Império mostra publicamente seu luxo e sua face de «empório (1)». Verificamos então a exatidão da observação de Lacan quando ele diz que os empórios e os impérios são a mesma coisa. Enquanto tais, eles são a conseqüência de uma ordem simbólica, cujo princípio ressalta da acumulação numerosa e do acondicionamento. Ora, este princípio do simbólico comportando a contagem faz aparecer em algum lugar a falta como consequência do contado.
Lacan evoca a esse respeito o filme de Louis Malle sobre Calcutta. Calcutá é o reverso do empório, visto que «sem as necessidades do império, não existiria Calcutá, não haveria tido a aglomeração lugar(2)» onde as pessoas morrem de fome.
O corolário da contagem capitalista que passe pelo mais de produção o nesse
mais de consumação, correlativos do mais da acumulação do capital é a falta, na qualidade espécie da fome e da miséria absolutas. Com relação a isso Lacan avança uma tese nos permitindo distinguir as de
ordens simbólicas no plural. Com efeito,
se os primeiros passos da ciência nos Gregos fizeram aparecer a distância entre o computado e a falta, essa distância foi preenchida pela «copulação do ato de contar com a imagem» diz Lacan, de onde provém o mito de uma harmonia que compõe o cosmos, mundo. Esse sonho do mundo e da harmonia supõe que aquele que tem o poder e sabe contar pode fazer-se o agente de uma justa distribuição, sobre o fundo de uma identidade entre saber e poder. Esta ordem simbólica comporta acreditar que contar se reduz ao Um de Deus ou ao Um do Império e isto caracteriza uma ordem do Outro que não existe mais.Em compensação, se os impérios modernos deixam eclodir sua parte de falta, e disso Calcutta de 1968 é dele o símbolo lancinante, é porque «o saber teve neles um crescimento sem dúvida desmedido em relação aos efeitos de poder».
A disjunção do saber e do poder torna impossível pensar em preencher a falha que faz com que em alguma parte não haja a conta.
Esta disjunção, Lacan a deduziu da distinção entre o Um do significante, o Um-todo-sozinho da linguagem de onde provém a ciência e o Um numérico que pelo apagamento do primeiro surge como falta e se torna zero, para dar origem à série dos números (3). Em nossos dias, a distância e a tensão entre o Um da ciência, Um cuja presença no real implica produzir potências inéditas, e o Um hierárquico do poder, que corre atrás com sua política da cifra e da contagem não encontrando a conta, está no coração dos sintomas e da civilização. Como
Jacques-Alain Miller assinalava em seu artigo do Point de 18 de agosto de 2011, nós temos a ver com o
frenesi da ciência, comparado por Lacan à pulsão de morte, face à qual, a impotência do poder para gerar as crises engendradas pelos discursos da ciência é manifesta em todos os domínios da civilização. Não se vive mais na época dos impérios, mas na época da globalização, que paradoxalmente fez explodir o sonho do Um unificante.
Assiste-se então, como havia profetizado Lacan, ao retorno do sonho do Um da religião em sua pretensão de restituir a harmonia do sentido face ao desencadeamento do Um da ciência. (1) Jacques Lacan, Le seminaire Livro XVI, «D’un Autre à l’autre», capítulo XIX «Savoir Pouvoir», Texto estabelecido por Jacques Alain Miller, Seuil, 2006.(2) Jacques Alain Miller, Ibid, p. 299.(3) Jacques Alain Miller, «L’orientation lacanienne», course de 15 de março de 2006 e 16 de março de 20011, inéditos.
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CRÔNICA ■ «MANCAMENTO RADIALE» d’Antonio Di Ciaccia AS CRUZADAS DE HOJE De 10 a 14 de novembro Romero Castellucci apresentará sua última obra,
Il velo Nero del pastore, que está nos últimos retoques nos Marches. Vocês podem vê-lo no Teatro Vascello de Roma, antes de sua decolagem para outros horizontes. Eis aí ainda uma representação que aflora o tema do sagrado, inteiramente como aquele que é o alvo dos fundamentalistas cristãos na França, Sul concerto di voto nel figlio di Dio.Em uma entrevista dada em primeiro de novembro à jornalista do
La Repubblica Anna Bandettini, Romeo Castellucci diz estar muito surpreso com a contestação que sua peça suscitou na França, embora não tenha suscitado nenhuma contestação na Itália, na Espanha e na Polônia, países tradicionalmente católicos.
O artista diz temer percorrer as provícias francesas com seu grupo e ele se diz preocupado por sua segurança e a de seus atores. «Minha foto está nos
blogs dos fundamentalistas cristãos em que eu estou apontando o dedo como os terroristas islâmicos. A esses blogs são acrescentados aqueles dos nazistas e dos anti-semitas». À jornalista que lhe pergunta por que ele utilizou do
Salvator Mundi de Antonello da Messina para sua representação, Romero Castellucci responde:
«É difícil fazer abstração do rio no qual nós nascemos. Nós somos nutridos da imagem do Cristo. E minha peça é um de profundis, uma peça sobre a queda do homem que surge do ponto mais baixo, de um nadir do homem que eu quis representar metaforicamente por falsas fezes. E é falso que elas são lançadas contra o cristo de Antonello da Messina, no fundo da cena, porque é a este Cristo que o espetáculo endereça essa demanda aflita: “por que nos abandonou?”. É exatamente o contrário do que os integristas me acusam». E à pergunta da jornalista: «Se houvesse a oportunidade de encontrá-los, o que você lhes diria?» «Convertei-vos!». E ele se explica: «Eu os vi fora do teatro, espantados, como demônios e compreende-se que eles gritem que não conhecem as Escrituras Santas».Sim, as «Cruzadas da França, como as chama o
Repubblica, não conhecem as Escrituras. Como, aliás, todos os fundamentalistas cristãos de não importa qual lugar do planeta. E eles não têm mais o hábito desse método que são os Exercícios espirituais de Ignácio de Loyola, sobre os quais por outro lado, Romeo Castellucci toma como apoio para um seminário que ele propôs em Cesena na metade do mês de novembro, tendo como título
Màntica – esercizi di voce umana. Aliás, não é uma indicação desta veia o fato de ter nomeado sua companhia teatral Socìetas Raffaelo Sanzio, quando
Socìetas, em latim e com acento no “i”, é o termo dado por Ignácio a sua Companhia?
Os fundamentalistas são essas pessoas que acreditam com a absoluta certeza que a verdade que eles pensam seja real. Isso vale para todos os fundamentalistas, de não importa qual cor, latitude ou (pseudo)religião. Sua certeza não tem nada a ver com a
fides de Tomás de Aquino, a qual não é outra que uma
vehemens opinio: nem mais, nem menos.
As cruzadas de hoje defendem por outro lado, um ideal que não é outro que o reflexo em espelho de seu próprio narcisismo. E eles concentram a causa de sua certeza em relação ao ideal em um objeto imaginário, visto sempre no zênite sobre a vertente agalmática.
E eles colam o objeto ao ideal fazendo dele uma esfera que é um todo, sem nenhuma fissura.
O que interessa a Romero Castellucci não é o zênite, mas o nadir. Quer dizer, o que está oposto: não o ponto da esfera celeste sobre a vertical do observador para o alto, mas para baixo.
Para dizê-lo à nossa maneira, ao que concerne não é ao objeto sobre a vertente agalma, mas sobre a vertente palea. E, com efeito, sobre esta vertente entre o objeto e o ideal se abrem fissuras, rupturas, precipícios – em relação aos quais as cruzadas de hoje se põem em alerta. E eles fazem bem, pois sua certeza poderia vacilar, ou, se ela permanece intacta, ela não seria senão o signo inominável de sua patologia.
●Para seguir Romeo Castellucci e sua Companhia, ir ao site www.raffaellosanzio.org .●A versão italiana da Crônica d’Antonio Di Ciaccia aparecerá amanhã em lacanquotidien.fr . ■ CRÔNICA ■RETRATO por Philippe HelleboisA GRAVATA DE BART WEVER Desde sua súbita ascensão ao firmamento da política belga em 2010 – seu partido, a Niewe-Vlaamse Alliantie (NWA), o partido nacionalista flamenco, passou em um único escrutínio, de 5 a aproximadamente 30% dos votos em Flandres – Bart De Wever aparece em publico na maioria das vezes sem gravata. Ele usa terno como seus colegas,
mas somente ele permanece obstinadamente sem gravata. Se os outros variam cada vez mais seus trajes de acordo com os conselhos de seus comunicadores ou as capas das revistas, eles o exibem, no entanto nestes acontecemintos: comunicação na Câmera, reunião governamental, encontro com o Rei, etc.
A peça falta a Bart não por acaso, eu juraria!Ele não segue nenhuma moda, mesmo de longe, e menos ainda a dita. Não há nenhuma pretensão à elegância no vestuário, e não se identifica, mesmo em sonho, a BHL. Bart seguramente não é um dândi. Não é a roupa o que o distingue, mas o corpo alto, largo, imponente, inconveniente, para ele mesmo, visto que ele se queixa quando fala dele, lamentando principalmente o que ele chama sua obesidade.
Então? Eu penso que as raras vezes em que se o viu usando uma gravata esclarecem o mistério: ela parecia literalmente entrar-lhe na carne, atualizando o suplício que Kafka imaginava em «A Colônia presidiária», em que a sentença era gravada na pele dos condenados. A gravata seria, portanto para ele, o signo de uma condenação? Mas a quê? Não seria naturalmente ao poder
! No país plano, aquele que ainda resta, para mais ou menos a grande parte, belga, quer dizer nacional, e é isso que Bart não quer mais absolutamente, preferindo a emancipação da nação flamenca.Ele diz isso, e o repete de forma singular, sem blá-blá-blá, sem termos técnicos, na língua de todos os dias, mas muitas vezes no limite do insulto. Ele desliza perigosamente – é o homem das pequenas frases assassinas – derrapa freqüentemente, mas sem levantar, no entanto, ondas excessivamente altas… A menos que seja aqueles dos quais ele fala que permitem dizer, visto que ele pôde qualificar a Wallonie de
Junkie em uma entrevista ao jornal alemão
Der Spiegel sem fazer muita gente reagir.
Quanto a esse propósito, no limite do negacionismo, estigmatizando as escusas apresentadas pelo burgomestre de Anvers na comunidade judia pela atitude de seu administrador durante a última guerra, provocaram finalmente apenas uma indignação
conveniente.Ele encontrou Jean-Maire Le Pen quando ele era jovem (mas ele não é velho ainda!), ele imita nele, às vezes, o discurso, sobretudo a afetação – em um maneja às vezes o imperfeito do subjuntivo, em outro fala se houver oportunidade latim – com menos repercussão.
Entre o poder e seu fantasma (se me é permitido dar um nome clínico a isso que se qualifica habitualmente mais nobremente de programa), ele escolhe indubitavelmente o segundo. Ele conseguiu isto uma primeira vez em 2007. Ele deixa a mesa de negociações após noventa dias de palavras vãs. Critica durante os três anos seguintes o governo capenga que se havia formado sem ele, e se tornou o primeiro partido da Bélgica nas eleições de 2010. A festa eleitoral nos prepara então a surpresa de ver Bart esticar uma cara de enterro, cumprir o mínimo necessário para proclamar sua vitória e, sobretudo assemelhar-se com Ségolène que em 2007, celebrava sua derrota cantando. A estrutura realmente não respeita ninguém!Verão de 2011,
bis repetita… Bart bate a porta após mais de 365 dias de negociações tão infrutíferas que ele as bloqueava com sua participação. Francófonos e flamencos se entendem em seguida sem ele como podem, ou seja, tão mal como de hábito. Anuncia-se agora uma paz comunitária, mas por quanto tempo? Os homens políticos do norte do país apressam-se, aliás, a declarar que as reivindicações flamencas constituem um processo evolutivo! E Bart em tudo isso o que é feito dele? Não se o ouve mais, ou muito menos. Se é evidente que um acordo com os francófonos ter-lhe-iam inevitavelmente feito perder inumeráveis plumas nas eleições por vir, pode-se perguntar ainda qual mosca o picou desta vez. Com efeito, essa manobra ainda pode lhe fazer ganhar votos? É possível quando se pesa já 30% dos votos flamencos? É, sobretudo, isso o que ele procurava? Não se pode se perder em conjecturas. O que é mais certo, é que ele tinha a sorte do país nas mãos, e que ele finalmente não fez nada. Ele dizia querer que a Bélgica desaparecesse sem que se percebesse, ou que se evaporasse, ou ainda que ela se apagasse como uma vela. Mas então, por que ele não a apagou? Teria sido um gesto insignificante, mas de grande conseqüência, e muito mais que isso, ou seja, um ato. Isso angustia a muitos! ■ JAM’S NEWS■ ●
Jacques-Alain Miller estará sobre as ondas do primeiro rádio belga (podcast sur
WWW.rtbf.be) na emissão Par Ouï-Dire, Les mercredis oú l’on dit, 9 de novembro as 22:00h.Jacques-Alain Miller acaba de escrever uma Vida de Lacan para o trigésimo aniversário de sua morte, acontecido em setembro. Jacques-Alain Miller, genro de Jacques Lacan, que estabelece o texto de seus seminários desde o desaparecimento do mestre, nos apresenta uma vida a contrapelo, por traços de caráter ou anedotas significantes. Eis que ele mergulha conosco em seu passado, evocando a escola Normal nos anos 60, os cursos de Altusser que convidara Lacan, expulso do hospital Sanit-Anne, a vir e seguir seu seminário. Ele evoca também seu desacordo com Elisabeth Roudinesco e sua exclusão de uma festa de aniversário muito controversa. .
●ECO DE BRIVE por Michèle AstierCom a presença de Laure Adler, animadora calorosa e organizadora de uma formidável Nuit Duras na exposição do livro de Brive, Jacques-Alain Miller interveio para acrescentar sua voz a outras que tornaram Marguerite tão presente, em companhia de Gilles Philippe, responsável pela publicação das obras completas e Jean Valier, autor de uma biografia de Marguerite Duras. A voz registrada de Marguerite Duras alternava com a dos atores que emprestaram a sua para restituir a música de sua escritura.Marguerite Duras, Jacques-Alain Miller a encontrou a 16 anos na ocasião do lançamento nos cinemas de Hiroshima mon amour, como encontrou Sartre. Como muitos, eu a ignorei, e com toda razão: Marguerite havia se oposto no último minuto à publicação da entrevista. O encontro teve lugar em um pequeno bistrô da Rua Saint-Benôt. A contribuição desse encontro é essencial para compreender a abordagem do escritor e dá a sua obra a atualidade de ainda estar enroscada no corpo, como se fizeram escutar nos extratos escolhidos pela leitura. “Há uma lenda nascente” dizia ela em 1960 sobre o horror ainda presente em todos os espíritos do que foi Hiroshima. Ela o tratou como um caso individual e carnal querendo que isso tivesse um caráter impessoal. Assim se anunciava o que tinha se tornado sua marca de escritura: a união entre o carnal e o impessoal. Essa união do mais íntimo e do “não importa o que” é tal que cada um experimenta o eco disso em si mesmo. Não se tem a representação dos personagens, nem de seu caráter. Eles não se sustentam pelo imaginário, mas por um fio de voz singular que mantém a narrativa. O déficit do imaginário coloca em primeiro plano a matéria verbal. Nessa conversa, ela utiliza uma expressão surpreendente: ela qualifica suas heroínas de Hiroshima e de Moderato cantábile de “putas delas mesmas”. Fórmula enigmática em que se ouve, diz Jacques-Alain Miller, uma divisão dela mesma, ao serviço de seu próprio gozo como se ela fosse uma outra. Jacques Lacan encontrou Marguerite Duras alguns anos mais tarde, graças a uma amiga. Disso resulta o texto dos Outros escritos, “Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V. Stein”, mas uma frase de Lacan sempre a irritou: “ela sabe, sem mim, o que ensino”. Ela não percebeu uma nota de misoginia nesse “saber sem saber que se sabe” por onde Lacan define o gênio – saber sem a lucidez do saber? A referência ao Arrebatamento foi a oportunidade de uma breve lição clínica, muito concisa e perfeitamente clara, sobre “o ser a três” que apresenta a história de Lol. Tal foi a homenagem prestada por Jacques-Alain Miller a Marguerite Duras. Ela foi escutada com atenção por Gilles Philippe e Jean Valier, como pelas 500 pessoas presentes que longamente aplaudiram. O público foi tocado pelo estilo vivo e pleno de humor que tornava este encontro tão atual, estilo que reencontramos no dia seguinte de manhã para a Vida de Lacan com mais de 300 pessoas. Numerosos foram os que descobriram Jacques-Alain Miller, e este foi para todos um grande momento de transmissão com esta enunciação que restabelece seu nome em seu justo lugar. ▪ NOVIDADES LITERÁRIAS ▪Miller & Sollers, 6 de setembro último, em Montparnasse,foram convidados pela Escola da Causa freudiana, para responder às questões de Martin Quenehen, para lançar Rentrée Lanienne.Vocês lembram-se? Vocês fracassaram? (Re)descobrir Jacques-Alain Miller & Philippe lendo: SOIREE LACAN, a 3ª Carta à Opinião esclarecida, em Navarin, após a Vida de Lacan (1) e Roudinesco, Plagiaire de soi-même (2).Lançamento nas livrarias 17 de novembro. Disponível desde agora em: ECF- bazar http://www.ecf-echoppe.com/index.php/soiree-lacan.htmlAqueles que estiveram lá, que ouviram tudo, (re)encontrarão também, entre os anexos, uma carta de JAM de 7 de abril de 2005: “Por que eu deveria receber de você, querida Elisabeth, eu lhe pergunto, aulas obrigatórias ornadas da injunção de ter que me calar?” (1) Vida de Lacan, Jacques-Alain Miller, Navarin, setembro 2011 (2) Roudinesco, Plagiaire de soi-même, seguido de Lacan, Maurras et les Juifs, Nathalie Jaudel, Navarin, outubro 2011 (3) Carta de Jacques-Alain Miller, Journal des Journées, 7 avril 2005, Soirée Lacan, Navarin, novembre 2011) Miller & Sollers SOIREE LACAN Eles evocam Lacan, morto há trinta anos. Mas nada de crepuscular nessa missa de lembranças: era sua juventude. Lacan fisga Philippe, com 27 anos; ele acredita ter a ver com um doutorando; depois ele se apercebe que suas experiências de escritura conduziram o rapaz na vizinhança do que ele mesmo tenta no meio da palavra. Aluno de Althusser, Barthes, Derrida, Jacques-Alain Miller, normalista de 20 anos, leu o “Discurso de Roma”, como fulminado; ele encontra Laca, que dialoga sem modelo com Platão e Descartes. Alguns anos mais tarde. Expulso da rua de Ulm. Lacan se insurge; Ele encontra em sollers seu paladin, tanto quanto Miller, tendo virado Mao, milita para “a causa do povo”. Hoje: o escritor e o psicanalista se felicitam estar sempre aí, manobrando junto, na 6ª região administrativa, contra os “falsários” dos quais falava Lacan, “sempre de serviço sob a bandeira do Espírito”.!!