“Teoria Generalizada do Semblante”
Este foi o título escolhido por Marcela Antelo (membro da EBP/AMP) para falar sobre o semblante em sua vinda à Goiânia, ocorrida nos dias 19 e 20 de junho.
Contrariando Exupéry para quem ‘o essencial é invisível aos olhos’, Marcela iniciou sua conferência chamando a atenção para a dificuldade inerente à abordagem do semblante como conceito, por ele parecer ‘feito de miragens’, na mesma medida, o semblante tem um lado mais formal e outro ‘palácio de espelhos’.
Tudo o que se refere ao laço social tem a ver com o semblante, e, nesse sentido, a realidade tem estrutura de semblante. Por isso é necessário abordá-lo como uma categoria, um princípio de ordenamento. Podemos definir o semblante como ‘uma suposição de ser’ em relação ao Outro e o véu torna-se um exemplo paradigmático de semblante, pois “é um dispositivo fantástico para supor que ali há alguma coisa”.
O laço com o semelhante passa pelo semblante sob a forma da aparência. Mas, o semblante é uma aparência “a partir de um rio de palavras”. Assim, os semblantes mudam com as transformações sociais, econômicas e políticas. Os semblantes caem (se tornam ‘falsos’) ao deixar de sustentar o laço social, como por exemplo hoje em dia acontece com o semblante da ‘família clássica’ ou ainda da ‘virgindade’.
Marcela marca, ainda, que há uma continuidade entre o semblante e o real. É o semblante que nos protege do encontro com Das Ding: “os excrementos da cultura se cobrem de semblantes”.
Acompanhando o desenvolvimento de Miller em “De la Naturaleza de los Semblantes”, Marcela traz as mulheres como inimigas do semblante, tendo mais afinidade com o real. As mulheres desconfiam do semblante, “têm os pés na terra” e muitas vezes tiram o véu da cultura que cobre Das Ding.
Se o semblante e o vestido servem para dissimular a economia de gozo, a psicanálise não veste o semblante (como o fazem os militares e os juristas). A psicanálise deixa o semblante nu, promete o ‘sicut palea’ e, finalmente, o ato analítico atua pelo semblante contra o semblante para declinar o semblante, ou seja, põe o semblante para tocar o real.
No sábado ocorreu ainda uma conversação clínica na qual 5 casos clínicos foram apresentados por membros da DG e que foi animada por comentários de Marcela Antelo.
Aproveitamos a ocasião para agradecer mais uma vez a presença de Marcela Antelo na Delegação Geral GO/DF. Gostaríamos também de agradecer aos integrantes da Delegação e aos convidados pela presença e pela contribuição nos debates e nas intervenções.
Ruskaya Maia
Giovana B. B. Heinemann
DELEGAÇÃO GERAL GO/DF
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