Sobre a questão das supervisões
Gresiela Nunes da Rosa
Quando houve algo da ordem de uma decisão de sustentar o trabalho como analista, apareceu junto a decisão implicada de dirigir-se a umsupervisor. Diferente de antes que outros diversos ocupavam esse lugar, decidi-me escolher um a quem compartilhar o andamento do meutrabalho. Foi um excelente encontro. Saí do lugar de ouvir um « continue assim » que nunca me dizia nada, para colher ali a ideia da direção dostratamentos dos casos que conduzo.Mas o mais importante e surpreendente foi ter ali podido me escutar, escutar a minha repetição e perceber que o que eu imaginava ser algo daordem do desejo do analista era justamente o seu contrário. Uma faceta do fantasma presentificava-se nos tratamentos através de algo quepoderia superficialmente ser visto como o desejo do analista.Acho que a minha análise foi decisiva como contribuição para escutar ali na supervisão aquela repetição. Mas acho que no meu caso, a mesmapresença, uma certa repetição de cena, além do mais importante que é a escuta delicada e respeitosa do supervisor, me conduziu a ouvir daminha própria voz a minha repetição. Isso causou uma considerável mudança de posição no meu trabalho.
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