Clin-a – Curso Avançado

A guerra à luz da psicanálise: algumas considerações preliminares.

No seminário V, As formações do inconsciente, Lacan, retomando a questão do Witz freudiano, mostra que o Witz como formação do inconsciente se articula ao que ele nomeia  » a  paróquia « . Dito de outra forma, que a ordem simbólica é ordenada em função de um lugar e de uma época limitada. A globalização ou a mundialização modificaram o que já estava dado.

Acabou a paroquia? Seria muito simples…

Uma atividade humana maior, a guerra, contribuía para gerar a definição das paróquias, para regular a relação entre território e laço. A nova ordem simbólica, mundializada e fragmentada ao mesmo tempo, introduziu modificações essenciais no campo da guerra. 

Qual saber a psicanálise oferece sobre, de um lado, a guerra, e de outro, sobre suas mutações? Freud escreveu alguns textos sobre a questão depois da Primeira Guerra Mundial e tomou uma posição ética sobre as « neuroses de guerra ». Ele sublinha o valor de laboratório que a Primeira Guerra Mundial teve para a teoria analítica. A Segunda Guerra Mundial leva Lacan também a escrever um texto essencial sobre a evolução da ordem simbólica: »A psiquiatria inglesa e a guerra ». E hoje, teríamos entrado na era do policial universal e as guerras não seriam, antes de mais nada, somente civis?

Conferência II

Pierre Gilles Guéguen

Retorno sobre o objeto no ensino de Lacan

O objeto é um conceito central da psicanálise. Lacan deu à ele diferentes versões, mas do primeiro ensino ao ultimo, o objeto permaneceu no centro de suas preocupações. 

Abordaremos a seguinte questão: Como hoje podemos nos servir desse conceito maior que permitiu a Lacan de introduzir o corpo pulsional na prática da análise?