Fernanda Otoni-Brisset e Ludmilla Féres Faria
A XXII Jornada da Escola Brasileira de Psicanálise O inconsciente e o mestre contemporâneo: o que pode a transferência? dá continuidade à pesquisa sobre o inconsciente hoje, investigando, desta vez, as consequências em nossa clínica da irrupção do mestre contemporâneo. Lacan formalizou, como todos sabem, o discurso do mestre como o discurso do inconsciente, e o discurso do analista, por sua vez, como o seu avesso. Portanto, se o mestre não é mais o mesmo, quais serão as consequências desse fato para nossa clínica e como esse fato participa da atualidade dos sintomas e da direção do tratamento?
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Agamben com Nietzsche: o contemporâneo é o inatual
Márcia Rosa
Depois de enfatizar que a contemporaneidade é uma relação singular com o próprio tempo, que adere a ele e, simultaneamente, dele toma distâncias, Agamben interroga: « de quem e de que somos contemporâneos? » Essas perguntas, ele as extrai das Considerações Intempestivas ou Inatuais (1874), nas quais Nietzsche busca acertar contas com seu tempo, tomar posição em relação a ele. Neste livro, o jovem filólogo coloca em questão a glorificação da cultura histórica que lhe era contemporânea na Alemanha do final do século XIX, considerando-se, portanto, inatual. Depois de diagnosticar a « febre histórica », ele diz « lançar uma ação intempestiva contra esta época, sobre esta época, (…) em beneficio do tempo que há-de-vir ». (Nietzsche, 1874/1976, p. 102-103).
Inconsciente
Frederico Feu de Carvalho
O inconsciente se apresenta, em nossa experiência imediata, como um tropeço. Esse tropeço evoca um instante de abertura a algo que parece se destinar ao desaparecimento, pois o momento seguinte é de fechamento e cicatrização. Lacan evoca assim, em seu seminário, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise1, a função pulsativa do inconsciente. Essa fenomenologia evasiva se transfere à apreensão de seu conceito. Ele nos escapa, como o pássaro que queremos tomar pela cauda, tão logo fechamos as mãos sobre ele. Dentre as múltiplas portas de entrada para abordar o conceito de inconsciente me limitarei, aqui, a desenvolver a asserção « o inconsciente é discurso », que perpassou a introdução feita por Simone Souto ao tema de nossa próxima Jornada2, focalizando a homologia estrutural entre o inconsciente e o discurso do mestre. Espero com isso construir alguns alicerces para que possamos, ao longo desse ano de trabalho, abordar os impasses atuais da psicanálise frente ao mestre contemporâneo.
A transferência e o declínio do sujeito suposto saber
Laura Rubião
Agradeço à Diretoria da EBP-MG e em especial à Fernanda Otoni pelo convite para coordenar nossa próxima jornada, ao lado de Simone Souto que estará à frente da comissão de orientação.
É com muita alegria que convidamos todos a participarem da XXII Jornada da EBP-MG – O inconsciente e o mestre contemporâneo: o que pode a transferência? Um tema instigante que inspira o trabalho de articulação entre o que ressoa da subjetividade de nossa época e os impasses atuais da experiência analítica.
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O inconsciente e o mestre contemporâneo: o que pode a transferência?
Simone Souto
Diretora de Orientação da
XXII Jornada da EBP-MG
O tema escolhido para a próxima Jornada da EBP–MG situa-se na sequência de uma investigação sobre o inconsciente iniciada na Jornada anterior. Se antes o inconsciente foi abordado pelo prisma da diferença sexual, agora interessa-nos discutir as formas de sua manifestação na época do mestre contemporâneo e, acima de tudo, como a psicanálise tem respondido, sob transferência e, também, fora dela, às incidências desse modo de dominação.
Sabemos, desde Freud e com Lacan, que « o verdadeiro mestre é o Inconsciente ». É ele quem governa nossa vida psíquica, nossos sintomas, ordenando, para cada um, a realidade em que vivemos e nossa relação com o mundo. Em nossos dias, a queda dos significantes mestres, ou seja, dos significantes que ordenavam a nossa civilização e que funcionavam como parâmetros claros de nossos ideais e de nossas formas de satisfação, tem promovido profundas modificações nos laços sociais e em nosso modo de viver.
LUIZ HENRIQUE VIDIGAL
Singular!
Antônio Benetti
Eu não teria outro significante para definir o modo de funcionamento, na vida, de meu amigo. Um estilo!
E que nos deixou dessa maneira, subitamente, sem se despedir, sem aviso prévio, sem falar nada… Iria só até ali e voltaria para a mesa do restaurante, e voltaria junto ao convívio da mulher e dos amigos. Sempre social, generoso, amoroso… Desta vez, não voltou…
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Cristiana Pittella
A Equipe Conexões das XXII Jornadas da EBP-MG articulará seu tema – o Inconsciente e o mestre contemporâneo, o que pode a transferência? -, com as práticas clínicas, sociais e de ensino em nossa cidade. Em seu horizonte ela visa enlaçar a orientação lacaniana de nossa Escola aos achados e questões das subjetividades de nossa época.
Nos cantos de nossa cidade, o que o mestre contemporâneo vocifera e como seus imperativos ecoam? quais as ressonâncias e dissabores, dessa voz muitas vezes áfona, no corpo do ser falante? e as conseqüências desse olhar que não cessa de tentar esquadrinhar, domar e mortificar?
Estaremos confrontados com as respostas e impasses do sujeito. Nessas conexões conversaremos sobre os tratamentos, as dificuldades e soluções que essas práticas encontram. O que elas podem nos ensinar e quais questões nos colocam?
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PROGRAMAÇÃO
SEMINÁRIO PREPARATÓRIO DA XXII JORNADA DA EBP-MG :
O INCONSCIENTE E O MESTRE CONTEMPORANEO: O QUE PODE A TRANSFERÊNCIA?
MAIO
DIA 03/ Horário: 20h30min
Neuroses sem o Édipo por Helenice Saldanha
Local Sede da EBP/MG
CONEXÕES DA XXII JORNADA EBPMG
MARÇO:
DIA 21 / Horário: 20hs
Apresentação: « Um delírio Real« por Ernesto Anzalone e Fabiana Câmara (Moradia Assistida EmCasa)
Comentário e apresentação das XXII Jornadas EBP-MG: Simone Souto (AME da
EBP/AMP , Diretora de orientação das XXII Jornadas EBP-MG O inconsciente e o mestre contemporâneo: o que pode a transferência)
Coordenação: Luzmarina Morelo (Galba Veloso)
Local: Galba Veloso, Rua Conde Pereira Carneiro, 364, Gameleira.
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