CARTA DE SÃO PAULO – ONLINE 7 – NOVA SERIE
EDITORIAL
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(Cerejeiras em flor, Parque do Carmo – Zona Leste, São Paulo.)
FEVEREIRO DE 2014
Iniciamos 2014. Este ano promete! Programe-se desde já!
Em abril, de 14 a 18, teremos o IX Congresso da Associação Mundial de Psicanálise em Paris, cujo tema “Um real para o século XXI” tem sido trabalhado através de entrevistas, artigos, debates. É só conferir no site da AMP (www.wapol.org).
O XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano será em Belo Horizonte, MG, de 21 a 23 de novembro e o tema “Trauma nos corpos, violência nas cidades” já está sendo explorado nas diversas Seções e Delegações. Leia abaixo o que Sérgio Laia, coordenador da Comissão Científica, nos apresenta como argumento/base das discussões para o Encontro.
As Jornadas da EBP-SP 2014, que pretendem debater o trauma e sua dimensão na clínica, estão programadas para os dias 12 e 13 de setembro.
A Diretora de Intercâmbio e Cartéis nos comunica que em 4 de outubro teremos a Jornada Anual de Cartéis.
Em 12 de março teremos a Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos membros da EBP-SP.
2014 é ano de permutação de membros do Conselho Deliberativo da EBP-SP, que serão eleitos na AGO. Aqueles que quiserem se candidatar ao Conselho deverão enviar uma carta até 10 de março com sua declaração de candidatura à Presidente do Conselho, Heloísa Telles. Quem sai do Conselho: Cássia Maria Rumenos Guardado, Heloísa Telles e Marizilda Paulino.
São Paulo receberá os membros da EBP para o Congresso Anual, que será realizado no Hotel Transamérica, em 22 de março. Neste dia, além das atividades institucionais propriamente ditas, teremos duas Conversações em torno dos Verbetes de Scilicet do Congresso da AMP, com a presença de Leonardo Gorostiza, presidente da AMP.
As atividades da Seção São Paulo terão início efetivamente no dia 19/03 com uma atividade preparatória para o IX Congresso da AMP. Contaremos com a presença de Angelina Harari, Jorge Forbes e Sandra Arruda Grostein, autores de Scilicet, para apresentar e debater os verbetes: Iluminado, Bioética e Biotecnologia e Coisa (A), com coordenação de Marizilda Paulino. Os interessados em ler os verbetes antecipadamente podem solicitá-los à secretaria da EBP-SP.
Mallarmé, o livro, como aponta a Diretora de Biblioteca é objeto de estudo, através de cartéis, organizados pelas Bibliotecas das Seções e Delegações da EBP. Aqui em São Paulo temos ainda o privilégio de contar com uma exposição sobre o livro no Centro Universitário Maria Antonia. Confira abaixo as informações.
Bernadette Pitteri traz uma reflexão sobre os rolezinhos da atualidade, fala sobre os poetas e a psicanálise, e Paula Caio mostra a sua visão do filme, que já é polêmico, Ninfomaníaca.
Marizilda Paulino
Diretora Geral da EBP-SP
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EBP-SP
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DIRETORIA DE BIBLIOTECA
Mallarmé com Lacan
Tudo no mundo existe para acabar em um livro
(Sthéphane Mallarmé)
“Certo número de versos tinha produzido seu efeito porque eles pareciam falar em uma língua desconhecida, porque muito conhecida de seu leitor. Talvez tenha chegado a hora de ir o encontro de Mallarmé, para saber o que há nessa poesia de tão opaco, de tão atraente e de tão fascinante” (1).
Com estas palavras, Joseph Attié inicia Mallarmé, o livro, de sua autoria, aludindo ao real em jogo na obra, o ponto cego que o deteve, que o fascinou, e sobre o qual tem retornado incansavelmente. Como testemunhou Freud e Lacan não menos, a obra de arte poderá ocupar o lugar de Sujeito Suposto Saber, e fazer com que nos dediquemos a extrair o que dela nos intriga. Como método, Attié opta pelo de Lacan, para quem “partir do sintoma lhe parece mais sério do que explicar a arte como formação do inconsciente”, visando, em uma lógica do significante, “a esse furo aberto em que o sujeito encontra sua inspiração para modelar o vazio da obra” (2).
Joyce, o sintoma – Mallarmé, o livro. Attié procura inserir sua pesquisa nessa série, sustentando que o livro é o sintoma de Mallarmé, seguindo o intrincado caminho entre símbolo e sintoma que leva ao gozo que os articula.
A pesquisa de Joseph Attié sobre Mallarmé, publicada na França em 2007 e recém-publicada no Brasil, tem sido objeto de estudos dos cartéis organizados pelas Bibliotecas das Seções e Delegações da EBP, cujos produtos animarão o lançamento do livro no Brasil. Essa atividade se insere na proposta da Biblioteca Una, coordenada por Maria Josefina Sota Fuentes e Tânia Abreu.
Nosso cartel (3) tem como proposta geral localizar os pontos de articulação entre Mallarmé e Lacan, assim como proposto pelo autor, e também verificar de que forma a obra de Mallarmé lança luz sobre o real em jogo em nossa clínica.
Cynthia Nunes de Freitas Farias
NOTAS
1. Attié, J. (2013). Mallarmé, o livro. Rio de Janeiro: Forense, p. 1.
2. Idem, ibidem.
3. Cartel composto por: André Antunes, Bernadette Pitteri, Cláudia Aldigueri, Cynthia Farias (mais-um), Maria do Carmo Dias Batista, Paula Caio, Paula Catunda, Perpétua Medrado, Teresinha Meirelles.
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DIRETORIA DE INTERCÂMBIO E CARTÉIS
Para começar bem o ano de 2014, a Diretoria de Intercâmbio e Cartéis da EBP-SP solicita aos membros e aderentes desta Seção que desejem declarar seminários a próprio risco que enviem as informações a seguir, para divulgação neste boletim: título, frequência, horário, local e data de início. Aguardamos as declarações, como a do Seminário abaixo:
Data de início: 27/03/2014 – Frequência: quinzenal
Local: Aliança Francesa (Av Independência, 3909, Jd California – Ribeirão Preto)
Responsável: Silvia Sato – Contato e informações: [email protected] ou (16) 98156 5607
E para dar continuidade ao trabalho desta diretoria junto com a comissão de cartéis, realizaremos encontros com os que procuram cartéis, no âmbito da EBP-SP, para facilitar e promover a formação de novos cartéis.
Realizaremos também nossa Jornada de Cartéis anual no dia 04 de outubro de 2014, bem como incentivaremos a produção e envio de trabalhos para o XX Encontro Brasileiro em novembro em Belo Horizonte.
Feliz 2014 e bom trabalho para todos.
Cássia M. R. Guardado
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REFLEXÕES
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ROLEZINHOS DOMESTICADOS, OU COMO O CAPITALISMO TRANSFORMA TYCHÉ EM AUTOMATON
Os rolezinhos trouxeram susto, surpresa, provocaram espanto, medo: como assim, jovens da periferia invadem os shoppings às centenas, com seus tênis importados (pagos em suaves prestações)?
Pensar nesse fenômeno, que envolve a viralidade das redes sociais (só aconteceria em nossa época), força a encarar a sociedade de consumo capitalista. Os rolezeiros vão para os shoppings (sim, em inglês) mecas da moda, do luxo, do consumo. E vão em grupo, talvez porque se envergonhem de chegar sozinhos (eles são os outros) ou temam ser barrados. Ir ao shopping é sinônimo de prestígio, de alguém que tem dinheiro para consumir: o supereu capitalista é feroz e impõe a imagem consumista ideal.
O capitalismo, cada vez mais longe de uma crise que o destruiria enquanto sistema, tem mecanismos que parecem ir muito além do que sonhava Marx. O sistema evolui e se adapta e, como afirma Lampedusa em O Gattopardo, « muda para continuar o mesmo » (estou citando de memória). Promovendo o consumo exacerbado, impulsiona a economia, mas cada vez mais aliena o proletariado, mascarando sua condição social: idas aos shoppings fariam dos garotos e garotas da periferia parecerem burguesinhos e burguesinhas, aos moldes de Seu Jorge.
Jovens organizadores dos encontros pela Internet foram convidados a encontrar-se com o secretário municipal de Igualdade Racial (não entendi o porquê desta secretaria em especial). Após a reunião foi anunciada a criação da « Associação Cultural Rolezinho Voz do Brasil », que reúne os 60 rolezeiros mais populares nas redes sociais (cada um com mais de 25 mil seguidores), que vai organizar os próximos eventos, promovendo, por exemplo, encontros para doação de sangue, afinal é o sangue a última seiva do capital. Outra decisão tomada na reunião foi a volta dos rolezinhos, desta vez no Parque do Ibirapuera, zona sul da capital, até que se faça um acordo formal para que os eventos voltem organizadamente aos shoppings, devidamente acompanhados pela Guarda Civil Metropolitana. Prevista uma reunião dos jovens com representantes do Ministério Público Estadual e da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping para discutir a volta dos rolezinhos aos espaços de compra, com data marcada, periodicidade e número limitado de participantes, tudo muito bem organizado – o grupo se propôs apresentar à Prefeitura um plano. Tudo sob controle. Será?
Os rolezeiros se acalmaram, afinal, querem fazer parte da sociedade de consumo. E assim o capitalismo transforma a tyché apavorante numautomaton organizado e domesticado, pois afinal, rolezeiros consomem.
Mas nossa civilização estaria diante de apenas duas possibilidades? A acalmia do automaton capitaneada pelo capitalismo que põe à disposição do gozo incontáveis objetos « a », ou a « barbárie » da tyché, que explode nas manifestações populares com os capuzes negros daqueles excluídos deste gozo?
Por um significante novo, é o apelo de Lacan.
M. Bernadette S. de S. Pitteri
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OS POETAS E A PSICANÁLISE
Poetas são seres raros, que nos deixam embasbacados diante de dizeres que são verdadeiras descobertas. Freud e Lacan o atestam.
Freud, em Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen vai dizer que eles » … são aliados muito valiosos, cujo testemunho deve ser levado em alta conta, pois costumam conhecer toda uma vasta gama de coisas entre o céu e a terra com as quais a nossa filosofia ainda não nos deixou sonhar. Estão bem adiante de nós, gente comum, no conhecimento da mente. »
Lacan, em Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V. Stein, reafirma a tese de Freud, quando diz » … a única vantagem que um psicanalista tem o direito de tirar de sua posição, sendo-lhe esta reconhecida como tal, é a de se lembrar, com Freud, que em sua matéria o artista sempre o precede ».
Leiam o soneto de Pablo Neruda e ouçam o que ele diz sobre o amor, o sonho e a morte do pai.
Quién era aquella que te amó
en el sueño, cuando dormías?
Dónde van las cosas des sueño?
Se van al sueño de los otros?
Y el padre que vive en los sueños
vuelve a morir cuando despiertas?
Florecen las plantas des sueño
y maduram sus graves frutos?
(Neruda, Libro de las preguntas)
Bernadette Pitteri
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SÃO PAULO DE PIRATININGA
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EXPOSIÇÃO
KLAUS SCHERUBEL EDITOR DE MALLARMÉ
« MALLARMÉ, O LIVRO »
Mais de cem anos após sua morte, as obras de Stéphane Mallarmé continuam sendo re-editadas. Nascido Étienne Mallarmé (1842/1898), sua obra poética renovou a literatura no Século XX e continua a influenciar autores modernos. Na obra recém traduzida, Mallarmé O Livro, Joseph Attié* oferece estudos psicanalíticos sobre o poeta, « que se leem como ficção romanesca », como diz François Regnault no Prefácio.
O Livro (Le Livre) seria a grande obra de sua vida – a soma de todos os livros – projeto utópico revelado em cartas a amigos e que dependeria do leitor para se realizar: a ausência de linearidade do texto colocaria o leitor como co-autor da obra.
Esse projeto sonhado por Mallarmé, que permitiria infinitas possibilidades de leitura numa experiência da plenitude, é o ponto de partida da exposição “Mallarmé, Le Livre” do austríaco Klaus Scherübel, com trabalhos apresentados em Nova York, Berlim, Barcelona, Ottawa.
Klaus Scherübel, com essa exposição, age como editor da obra mítica, ao apresentar vídeos, fotografias e objetos baseados nas declarações e anotações de Mallarmé: materialização da utopia mallarmeana no trabalho conceitual de Scherübel. Passear pela exposição de Scherübel e ler o livro de Attié nos aproxima um pouco mais do poeta.
Local: Centro Universitário Maria Antonia, de 19 de fevereiro até 20 de abril, na rua Maria Antonia, 294, Consolação, fone: 3123-5200 (Entrada franca).
* Attié, Joseph. Mallarmé o livro: estudo psicanalítico. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
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CINEMA
NINFOMANÍACA – LARS VON TRIER
DE QUE NADA SE TRATA?
Assisti ao filme Ninfomaníaca – parte 1, de Lars von Trier, e o que mais chamou a atenção foi o retrato contundente do gozo feminino transbordante do mundo contemporâneo e tão marcante na clínica do real. No filme, Joe adulta, interpretada por Charlotte Gainsbourg, é encontrada por Seligman, interpretado por Stellan Skarsgård, jogada no chão de um beco e com o corpo marcado pela violência (trauma?). É por ele acolhida em seu apartamento onde se põe a contar sua história.
Numa configuração que muito lembra a própria sessão de análise, Joe inicia sua fala dizendo não ser uma boa pessoa (significante mestre?). Através da fala desordenada e permeada de culpa, Joe tenta simbolizar a sucessão de seus compulsivos encontros sexuais, a começar de sua infância, seu amor pelo pai e a indiferença da mãe, a competição com sua melhor amiga para contabilizar o maior número de parceiros sexuais possíveis dentro de uma viagem de trem. Seligman lança mão de ferramentas como técnicas da pesca, os números de Fibonacci (LACAN, J. O Seminário – livro 16. De um Outro ao outro. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 135.), a polifonia de Bach, para, de alguma forma, tentar ordenar a fala dela sem a recriminação moral tão impregnada no discurso de Joe.
Lars von Trier conclui, belamente, a primeira parte do filme, com o pescador Seligman apresentando as três harmonias da polifonia de Bach como metáfora para os três tipos de encontros sexuais que Joe vive: o amante que a faz gozar, aquele que a toma com violência, e Jerôme (com quem ela perdeu sua virgindade), que, apesar de trazer o ingrediente secreto do amor, leva-a a dizer nada sentir. De que nada se trata?
Paula Christina Verlangieri Caio
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TERRA DE SANTA CRUZ
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XX ENCONTRO BRASILEIRO DO CAMPO FREUDIANO
TRAUMA NOS CORPOS, VIOLÊNCIA NAS CIDADES
Belo Horizonte, 21 a 23 de novembro de 2014
Duas expressões – “trauma nos corpos” e “violência nas cidades” – compõem o título do próximo Encontro promovido pela Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). Em um país como o Brasil, mas sem que as reduzamos a essa dimensão nacional e geográfica, elas podem ser apreendidas por uma relação do tipo causa-efeito: em uma versão mais midiática (ou mesmo estatística), é dito que a violência nas cidades provoca trauma nos corpos ou, ainda, por um viés, digamos, mais psicológico, afirma-se que o trauma dos corpos produz violência. Por sua vez, a psicanálise de orientação lacaniana convoca-nos a outro tipo de leitura: “violência nas cidades” comporta, sem dúvida, o que se passa no âmbito do “espaço público” enquanto que “trauma nos corpos” aponta mais particularmente para um “espaço privado”, mas Lacan, desde sua “Proposição sobre o psicanalista da Escola” (1967), ensina que, da “hiância” mais íntima da experiência analítica, perfila-se o “horizonte” do que é extensível para a psicanálise. Assim, com Lacan, nos distanciamos da relação linear e planificada do tipo causa-efeito para afirmar uma topologia na qual a apresentação da violência na cena pública poderá ser abordada levando em conta o que se passa de modo não menos exterior (porque também estranho, invasivo e dilacerante) na intimidade do que traumatiza os corpos (e a qual temos acesso pela experiência clínica com o um por um).
Interessa-nos, então, no XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, sustentar seminários, trabalhos e discussões em que a elucidação do trauma nos corpos empreendida ao longo de experiências de análises contribua para a tematização e a produção de respostas para a violência nas cidades. Igualmente interessa-nos, ao longo desse mesmo Encontro, averiguar em que e como tal violência interroga a experiência psicanalítica que procura responder ao trauma dos corpos se valendo da fala cujo silenciamento é o que, muitas vezes, deflagra a violência. Na 26ª lição do Seminário 5, Lacan distingue a violência e agressividade porque a primeira, sendo “exatamente o contrário” da fala, não teria como ser “recalcada”, “simbolizada” e, portanto, extrapola “o que é analisável, … interpretável”. Ora, Lacan tampouco deixará de afirmar (sobretudo no que Jacques-Alain Miller lhe tem destacado como “o último ensino”) o quanto a experiência analítica ¬– segundo também testemunham os Analistas da Escola (AE) a propósito dos finais de suas próprias análises – implica encontrar novos modos de viver a pulsão e o que dos sintomas resta como avesso ao recalque, alheio ao símbolo, refratário à interpretação, opaco à decifração analítica, apresentando-se como “pedaços de real” inassimiláveis ao que faz sentido, mas que tocam o corpo e dão-lhe um sentido (tomado, aqui, como orientação). Certamente, esses novos modos de vida e esses restos sintomáticos em jogo na experiência analítica, mesmo se confrontando com um limite da fala e comportando outras leituras do que é traumático nos corpos, não são propriamente qualificáveis de violentos, mas sua elucidação parece-nos profícua para abordarmos a irrupção da violência nas cidades.
Nas diferentes atividades propostas para o XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, visamos a considerar, portanto, “trauma nos corpos” e “violência nas cidades” como expressões provenientes de espaços diferentes e que ganham, com a psicanálise de orientação lacaniana, uma abordagem que, compartilhando elementos e noções, confere-lhe usos que podem chegar a ser radicalmente diversos no âmbito público e no âmbito privado sem deixarem de ter, entre si, uma inquietante proximidade. Desses elementos e noções, para concluir este argumento e almejar sua elucidação ao longo da preparação e da própria realização do XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, destacamos: a nomeação concernente à satisfação pulsional, ao gozo e o que se impõe como inominável; a declinação (a ser tomada como “decadência” e como “variação de forma”) dessa referência que é o Nome-do-Pai como Outro da Lei; os confrontos com o supereu materno; os destinos do amor (inclusive quando ele toma a face mais obscura do ódio ou mesmo quando ele “acaba”); as respostas aos acontecimentos imprevistos; as funções da fala e do falo; a proliferação da exceção que a dilui ou a isola na solidão; as diferenças sexuais.
Sérgio Laia – Coordenador da Comissão Científica
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ECOS DO MUNDO
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Janeiro 2014 / Número 12
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Lacan Cotidiano continua trazendo artigos instigantes e de interesse paiscanalítico. Os números traduzidos podem ser encontrado no Face book da EBP. O número 371 traz um artigo imperdível de Eric Laurent « O Racismo 2.0. »
« A lógica desenvolvida por Lacan é a seguinte. Não sabemos o que é o gozo a partir do qual poderíamos nos orientar. Só sabemos rejeitar o gozo do Outro. » (Laurent)
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Cortázar nasce em Bruxelas e é criado na Argentina a partir dos 4 anos de idade. Autor de « O Jogo da Amarelinha », entre tantos outros romances, obra aberta, que pode ser desmntado e montado pelo leitor, livre para refazer o plano de seus episódios. No ínício o livro traz um « quadro de Orientação », onde Cortázar diz ser « este livro é muitos livros, mas é, sobretudo, dois livros. O leitor fica convidado a escolher… ».
Para recordar, um trecho « Acabo sempre por me referir ao centro sem a menor garantia de saber o que estou dizendo, acaba sempre, enfim, por ceder ao engano fácil da geometria com que se pretende ordenar nossas vidas de ocidentais: eixo, centro, razão de ser, Omphalos, nomes da nostalgia indo-europeia. » (Júlio Cortázar, O Jogo da Amarelinha)
Bernadette Pitteri
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ENSINO DE LACAN
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« O alcance mais importante que Hamlet adquire para nós se refere à sua estrutura, equivalente a do Édipo. Não é tal ou qual confissão fugaz que nos interessa, mas o conjunto da obra, sua articulação, sua maquinaria, suas vigas de sustentação por assim dizer, que lhe dão sua profundidade, que instauram esta superposição de planos no interior do que pode ter lugar a dimensão própria da subjetividade humana, o problema do desejo. »
JACQUES LACAN, O SEMINÁRIO – LIVRO 6 … O Desejo e sua Interpretação
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NOTAS FINAIS
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DIRETORIA SECRETARIA TESOURARIA
Agenda – EBP-SP – Março/2014
*12/03 – Assembléia Geral Ordinária da EBP-SP
*19/03 – Abertura das Atividades da Diretoria da EBP-SP
Noite Preparatória para o IX Congresso da AMP
Scilicet (apresentação e discussão dos verbetes)
Ilimitado – Angelina Harari
Bioética e Biotecnologia – Jorge Forbes
Coisa (A) – Sandra Arruda Grostein
Coordenação: Marizilda Paulino
*26/03 – Atividade do Conselho da EBP-SP
Seminário 19 … ou pior
Coda – Capítulo XV – O desejo de dormir
Apresentação: Luiz Fernando Carrijo da Cunha
Coordenação: Sandra Arruda Grostein
Maria Helena Barbosa
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SECRETARIA DO PASSE – EBP
INFORMAÇÕES: Maria Cecília Galletti Ferretti
(11) 3675-2921 – (11) 99626-6225
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