Número 65 // www.lacanquotidien.frSexta 21 de outubro de 2011 23h10 [gmt + 1]“Eu não perderia um seminário por nada no mundo” – Sollers Para assinar a petição “Fazer Barulho por Rafah!” clique no link: [email protected] Bom dia,Confirmo a informação transmitida ontem: o caso de Rafah Nashed acaba de ser colocado na ordem do dia da sessão do Parlamento Europeu da próxima semana no conjunto dos debates sobre casos de violação dos direitos do homem, da democracia e do Estado de Direito (a cada mês três assuntos de urgência máxima são tratados neste conjunto).O debate acontecerá na quinta-feira, 27 de outubro entre 16h00 e 17h00 e o Parlamento adotará uma resolução sobre o assunto na sequência. O projeto definitivo da ordem do dia da sessão está disponível no site do PE: http://europarl.europa.eu/sed/plenary.do?language=fr ou http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do;jsessionid=5DD2D3E012CE5CB8833BF79BEFDB25A9.node2?id=146&language=pt (em português)Será possível acompanhar o debate ao vivo (mesmo URL). As propostas de resoluções de diferentes grupos políticos estarão disponíveis durante a semana e o texto da resolução adotada, a partir de sexta de manhã. Um abraço, Thierry JACOB.Comissão de relações exteriores do Parlamento Europeu http://europarl.europa.eu/activities/committees/homeCom.do?language=FR&body=AFET <http://europarl.europa.eu/> Carta De Alain Le Bouëtté, coordenador do Comitê de apoio Rennes/ACFCaro Jacques-Alain Miller, Cara Anne Poumellec, Cara Kristell Jeannot,Mais uma vez sou eu. Os políticos também dizem presente. Envio a vocês em anexo a carta que o Senhor Presidente do Conselho Geral de Ille e Vilaine, o Senhor Jean-Louis Tourenne endereçou nesta segunda-feira, 17 de outubro, à Embaixatriz da Síria. Eu lhe escrevi para agradecer profundamente. Com meu colega Benoît Delarue, vamos nos endereçar agora aos hospitais. Um abraço, ALB A Universidade de Rennes 2 apoia, unanimemente, a libertação de Rafah. Caros colegas, Tenho o prazer de informá-los que, após longas semanas de discussão, a fim de fazer o Snesup voltar atrás em sua posição inicial, considerando que Rafah Nached era um caso particular que não deveria ocultar a situação do povo sírio; o Conselho Administrativo de Rennes 2, na sua sessão de 21 de Outubro de 2011 aceitou, unanimemente, com o apoio do Snesup e Sgen, e por iniciativa dos membros do Laboratório de Psicopatologia e Clínica Psicanalítica, a exibição em suas dependências de um cartaz pedindo a libertação de Rafah Nached. Cordialmente, JC Maleval. Olhem em que ponto estamos em Nantes pela defesa de Rafah Nached,de Rémi Lestien Cara Anne Poumellec1) um comitê de apoio foi formado pela comissão de Nantes2) o prefeito de Nantes Jean Marc Ayrault deu sua assinatura ao comitê de apoio3) um cartaz gigante (cinco metros por três) será afixado amanhã às 14h30 diante da imprensa regional no Conselho Geral de Loire Atlantique.O presidente Grosvalet convidou Remi Lestien a falar nessa ocasião. Cartaz gigante colocado na fachada do prédio principal do Conselho Geral de Loire Atlantique em Nantes. A fixação do cartaz deu-se na presença de Philippe Grosvalet (presidente do CG), e da imprensa, hoje às 14h30. O presidente pede que assinem a petição e também adere ao comitê de apoio de Rafah Nached. As coisas se aceleram. A federação de Loire Atlantique do PS decidiu aderir ao comitê de apoio de Nantes. Por uma decisão pessoal o secretário federal Alain Gralepois assina a petição. RL ASSINATURAS pelo “BARULHO POR RAFAH”! por Armand Zaloszyc: · Marc Steinling, professor emérito das Universidades, Antigo chefe de serviço no CHU de Lille· Eric Michaud, Diretor de estudos EHESS· Maria Stravinaki, Mestre de Conferências em História da Arte, Paris I· Michèle Haller, Professora adjunta de Letras Clássicas· Helène Klein, Conservadora Chefe do Patrimônio · Sandra Boehringer, Mestre de Conferências, Faculdade de História, Universidade de Strasbourg Por Myriam Mitelman: · Laurent Spielmann, Diretor da Ópera Nacional de Larraine, Nancy· Véronique Demeyer, professora de matemática, Amiens Pelo coletivo dos docentes da Seção Clínica de Strasbourg: · Hedwige Rouillard-Bonraison, Diretora de Estudos da Escola Prática de Altos Estudos, Paris· Christiane Ontabilla-Cullard, advogada honorária na Corte de Strasbourg· Frederic Beucher, professor, Strasbourg· Hélène Lang-Marxer, professora de Letras, Strasbourg· Monique Karleskind, professora, Strasbourg· Stephan Nieser, assitente sócio-educativo, Strasbourg Por Guilaine Guilaumé: · Marc GOUA, deputado de Maine-et-Loire, assinou o apelo “Barulho por Rafah!”_______________________________________________________________________ >>Esta noite às 20 horas na France Culture<< Jacques-Alain Miller terminou de contar sua vida a Martin Quenehen. Para ouvir o programa de ontem:http://www.franceculture.fr/emission-a-voix-nue-jacques-allain-miller-45-2011-10-20.html _______________________________________________________________________Picadas – crônica de Aurélie Pfauwadel O encontro improvável da escolástica e do liberalismo Na hora das grandes reformas da Universidade, o filósofo Pierre Macherey lançou um livro cujo título chamou nossa atenção: La parole universitaire (LPU, éditions La Fabrique, setembro 2011, 343 páginas). O programa da obra é interessante: comentar em série grandes textos consagrados à Universidade; em primeiro lugar textos filosóficos (O Conflito das Faculdades de Kant, os discursos inaugurais de Hegel e Heiddegger); depois textos dos representantes da psicanálise (Lacan) e da sociologia (Bourdieu/Passeron); finalmente, Macherey questiona a universidade à luz de textos literários (Rabelais, Hardy, Hesse, Nabokov). Desde que universidades existem, há oito séculos, elas são questionadas de forma mais ou menos visível. A crise bem poderia representar seu estado normal. A questão, portanto, é conhecer qual é a especificidade da crise que elas passam atualmente. Nós seríamos tentados a responder que a doença da qual sofre a Universidade hoje é o produto do encontro improvável da escolástica e do liberalismo. É certo que os abalos contemporâneos são bem diferentes daqueles de Maio de 68. No entanto, nos parece que o Seminário XVII de Lacan, “O Avesso da Psicanálise”, já nos oferece as ferramentas que permitem apreender os prós e os contras. O essencial das dificuldades que conhece a Universidade pode ser atribuído ao fato de que a avaliação e seus critérios de administração – dos quais dependem as dotações orçamentárias e financiamentos – se situam no centro de novos dispositivos. Ou seja, o discurso universitário e o discurso capitalista formam, de agora em diante, um monstro de duas cabeças que se canibalizam reciprocamente. Pierre Macherey, porém, continua surdo a isso, falta-lhe entender o cerne da teoria lacaniana do discurso universitário. O capítulo central, “O idioma universitário” é metade dedicado à Lacan e a outra metade consagrada aos trabalhos dos sociólogos. À obra, não falta boas páginas, mas no que concerne a leitura de Lacan, Macherey, como ele mesmo o indica, a comenta “por sua própria conta e risco”. De fato, a empreitada é perigosa, onde a falta de orientação prevalece para o filósofo que não é familiarizado com os textos lacanianos. Macherey indica bem em que a noção de discurso, em Lacan, se refere a um laço social e ultrapassa em muito a palavra e enunciações efetivas (S. XVII p. 11). Segundo ele, a noção lacaniana de discurso universitário se relaciona mais a uma universidade ideal, em sua pureza, do que a uma realidade empírica, uma instituição real. Ele, portanto, não compreende que o discurso universitário visa conceituar uma realidade bem mais vasta do que o funcionamento de uma Universidade – o que o conduz a uma má interpretação. Longe de procurar decifrar uma Universidade qualquer (projeto absurdo), o discurso universitário lacaniano, na junção do discurso da ciência e do discurso capitalista, não fornece nada mais que as ferramentas para uma elucidação de nossa modernidade avaliadora e burocrática. De fato, Lacan escreve claramente: “Será bom, será ruim esse discurso? Eu o etiqueto intencionalmente de universitário, porque de certa forma é o discurso universitário que mostra por onde ele pode pecar, mas também, em sua disposição fundamental, é o que mostra onde o discurso da ciência se alicerça.” (S XVII, p. 97 grifo nosso). Efetivamente, ele diz explicitamente que o discurso do mestre moderno não tem a mesma estrutura daquele do mestre antigo, e sim a do discurso universitário “o que se opera entre o discurso do senhor antigo e o do senhor moderno, que se chama capitalista, é uma modificação no lugar do saber” (S XVII p. 29-30). Esta extensão, este alcance conceitual do dito discurso universitário, manifestamente escapa ao filósofo. Ainda mais grave: como o saber é nomeado de “S2”, Macherey não consegue concebê-lo de outra forma senão como um saber “escravo”, “dominado”, “derivado”, “subordinado” (a um “S1” mestre). Ele, portanto, não leva a sério o que diz Lacan quando ele afirma que: “O S2 tem aí o lugar dominante na medida em que foi no lugar da ordem, do mandamento, no lugar primeiramente ocupado pelo mestre que surgiu o saber” (S XVII p. 97). Segundo Macherey, a passagem do saber “S2” no alto à esquerda (no lugar do agente), no esquema de quatro lugares do discurso universitário, só faz um falso mestre, que faz de conta que reina: “Sob esse ponto de vista, o discurso universitário nada mais é que uma paródia do discurso do mestre, cujo caráter imperativo ele imita, ao mesmo tempo pretendendo evacuar as próprias condições da autoridade”. (LPU, P.210). Aí está, tocamos aqui o dedo na reprovação infundada que Macherey dirige à teoria lacaniana, seguindo os passos de Bourdieu e Passeron. Num primeiro momento, Macherey explica perfeitamente no que o discurso universitário, que deseja a universalidade se desenrolando sob a máscara do anonimato, deve ser sistematicamente impessoal. Nessa lógica, o saber se apresenta como “puro saber”, neutro, objetivo e não como o saber de alguém em particular (p.209). Mas, após ter colocado ele mesmo o mestre do discurso universitário porta afora, apontando a inconstância e a paródia dessa maestria, o reintroduz pela janela, contestando ingenuamente a dita independência e neutralidade do discurso universitário: “se o idioma universitário tem autoridade, é porque ele é autorizado” (subentendido: pela classe dominante). Segundo ele, esse discurso que se pretende neutro e independente, não está fora do jogo social e de seus limites. Na realidade ele é um veículo de poder, que visa a reprodução da ordem social (cf. Les Héritiers ou La Reproduction de Bourdieu e Passeron). Macherey não consegue, portanto, conceber que possa existir aí a maestria sem mestres encarnados para mexer os pauzinhos. Aí também, não leva a sério o que diz Lacan de maneira brilhante (sobre o S1 em baixo à esquerda no discurso universitário): “Não pensem que o mestre está sempre aí. O que permanece é o mandamento, o imperativo categórico Continua a saber. Não há mais necessidade de que ali haja alguém. Estamos todos embarcados, como diz Pascal, no discurso da ciência.” (S XVII p. 99) Macherey permanece, portanto, totalmente cego às formas modernas do discurso do mestre, onde as fórmulas significantes, financeiras ou científicas, correm sozinhas através do vasto mundo e determinam sua marcha. Por esta razão, ele pensa firmemente que apenas os sociólogos teorizaram os efeitos de poder, de exclusão e de segregação produzidos pelo discurso universitário. Contudo, Lacan sublinhava com força o lugar de escravo onde são colocados os estudantes, que na posição de objeto a (os “astudados”), instados a produzir a verdade, são eles próprios os produtos, consumíveis e substituíveis como os outros. Lacan não deixa de sinalizar a responsabilidade das ciências humanas na apreensão do humano como húmus; e ele conclui que na sociedade húmus, “tudo o que existe é fundado na segregação” (S XVII, p. 114). CONTAGEM REGRESIVA por Deborah Gutermann-Jacquet Viviane Kovess não se inflama. Os professores, sim Foi na semana passada. Foi em Béziers. Uma professora de matemática de 44 anos se imolava com fogo, diante de seus alunos, no pátio interno, na hora do recreio. “É por vocês que eu o faço”. De fato nenhuma dúvida de que isso seja feito por eles. É um endereçamento. E no equívoco do por, se condensam duas faces de uma realidade negra. Na primeira página, lê-se o sacrifício de um professor que, no seu gesto, se fez símbolo do mal-estar da escola. Que, por seus alunos, vai até a morte manter a “exigência” da qual todos diziam ser o que a caracterizava em seu trabalho e na sua relação com aqueles a quem ela ensinava. Ela se fez mensageira do futuro barrado de alunos de quem saqueamos a escolaridade cada vez que atingimos o corpo docente. Cada vez que demolimos um pouco sua formação, cada vez que denegrimos um pouco mais o saber do qual ele é portador, cada vez que enfraquecemos um pouco mais sua posição de autoridade fazendo-a consistir no vazio interestelar da disciplina dos corpos. “É por vocês que eu o faço”. O professor através do seu gesto se identifica ao sacrifício da profissão. Ele será, uma vez mais, aquele que se preocupa com aquilo que não interessa mais às multidões. A formação exigente dos alunos. Mas a mensagem tem dupla face. Do outro lado se lê o que está implícito. O sujeito que retoma o direito sobre sua missão. Ele faz oferenda de seu corpo docente e recupera a dignidade que a função lhe retira. Ele diz “É por vocês. Vejam, é um presente. Eu ofereço a vocês esse espetáculo sem nome. É cruel, talvez, mas em termos de crueldade, disso vocês também conhecem um raio…”. É um espetáculo envenenado oferecido ao outro do drama, o aluno. E atrás dele ao outro da indiferença, aquele que se diz “Que merda! Você viu essa, a professora que se tocou fogo?” Os jornais procuram dar um sentido. Eles interrogam especialistas. Le Monde convida Viviane Kovess-Masfety, diretora do departamento de epidemiologia e de bioestatística da Escola de Altos Estudos em Saúde Pública, autora de Qualquer um pode pirar? (N’importe qui peut-il péter um câble?) (Ed. Odile Jacob, 2008) e lhe pergunta: “a profissão de docente está mais sujeita do que outras aos transtornos psiquiátricos?” É a forma pós-moderna da questão “existe sofrimento entre os docentes (no trabalho)?” Resposta da Senhora Kovess: não. “Eles não representam a priori uma população ‘de risco’”. Por que? Porque simplesmente “é preciso, acima de tudo, que se tenha sido bom na escola para querer ensinar; ter conservado uma relação bastante boa com a instituição; uma imagem bastante boa dos professores. As pessoas que apresentam transtornos de impulsividade, problemas de alcoolismo ou de toxicomania são geralmente mantidas fora da profissão, o mesmo para aquelas que sofreram, quando crianças, problemas de aprendizagem ou que desenvolveram na adolescência transtornos do tipo psicótico”. Bastante, é o antídoto como medida da boa saúde psíquica. Normalidade e moralidade são aí os passaportes para a eternidade. Com eles se escolhe corretamente o seu calvário. Quando o bastante começa a sobrar, só resta pegar um galão de gasolina. Nós vamos oferecer à Senhora Kovess Os dias tranqüilos de um professor de periferia (Les jours tranquilles d’un prof de banlieue). Ela não leu Martin Quenehen e nunca viu o triste folclore – no entanto, engraçado sob sua pena – da sala de professores. Ela nunca viu em que se reveste o sofrimento na Educação Nacional. Ela nunca se arriscou a levar uma lata de Fanta na cara. É uma pena, se poderia dizer. Algumas vezes a experiência vale mais do que a expertise. ALTO RISCOJean-François Leimann Há pelo menos dez anos, existem nas escolas maternais, manuais de “avaliação de competências”. Novo milênio, nova resolução: racionalizar o recrutamento no país através de uma política de prevenção da ineficácia, aplicável desde o berço. A ideia de diagnosticar precocemente o infantil na criança e trazê-la à ordem antes que suas tendências se cristalizem em um caráter embaraçoso para todos, assim se impôs. Ornamentada com os encantos da pedagogia e dos rigores das ciências da educação, existe agora a ferramenta que deve ajudar nisso. O dispositivo até agora fazia pouco barulho. No entanto, desde 2008, as tabelas de avaliação das crianças se tornaram obrigatórias. Os diretores de escola e os professores hostis a isso foram condenados e se refugiaram num tornar-se Bartebly marcando sempre a casa do smiley radiante. Uma alucinante safra 2010 estava em circulação (pode ser lida na internet sob o título de “ajuda para avaliação das competências adquiridas pelos alunos no fim do maternal” (“aide à l’évaluation des acquis des eleves en fin de maternelle”), março 2010). Digamos obrigado a Luc Chantel por uma bem-vinda “sequência política” que faz dele agente de uma bela dialética. O ministro propôs, num primeiro momento, uma “emenda 2010” na qual a besteira e a brutalidade foram elevadas a um nível que arriscava balançar o dispositivo. Depois, ele suavizou seu projeto: a “emenda” se tornava “facultativa” – os manuais atuais na verdade não são facultativos – e não haveria divulgação dos resultados, o que, claro, não muda em nada a natureza do olhar que é investido sobre os alunos. Tarde demais, porém: o insuportável foi trazido à luz. Tomemos, então, a emenda na sua pureza inicial. Ele nos entregou, com o título de “Ferramenta de detecção de alunos que apresentam riscos para a aprendizagem, para uso de professores do ensino maternal”, aquilo que foi inicialmente visado e que teria sido colocado em prática caso petições e resenhas na mídia não tivessem emperrado a máquina. E o que descobrimos nessa “ferramenta”? Em primeiro lugar, palavras que não tinham sido jamais lançadas, cujo relevo particular prende o olhar: “aluno de risco/de alto risco escolar”, “nada a sinalizar” (Como acreditar que a coisa é possível? E é esse “nada a sinalizar” que, nesse manual, vale como homenagem da instituição àquele que ela observa?) Em seguida uma maneira de tornar mais pesada a avaliação: não se tratará mais simplesmente de inventariar ao longo dos dias as falhas de cada um, mas também de colocar em prática testes coletivos em “momentos” expressamente dedicados a isso, com “divulgação” nacional dos resultados. O efeito de sufocamento é terrível, aí onde técnicas mais leves asseguravam uma normalização sem barulho (nenhum conselheiro de Luc Chatel, sem dúvida, se encarregou de lhe preparar um fichamento de Vigiar e punir)! Enfim, um quadro se constituiu no qual o aluno, quando da visita médica, acreditará que seu professor foi apenas substituído por um colega… Finalmente – grande novidade 2011 – os testes serão enviados (enrolados em pergaminho e colocados em tubos de ensaio?) para um “laboratório” para ser objetos da análise de profissionais ao lado dos quais o mais “equilibrado” dos “psicanalistas equilibrados” seria considerado um perdido. As testagens destes exames, tanto quanto a sua quantificação, foram realizadas pelo laboratório Ciências Cognitivas da Universidade de Grenoble, assim ficamos sabendo. Nós temos vontade de atualizar o grito do senhor Jourdain no relatório de competência fonaudiológica com seu mestre de filosofia: “viva a Ciência Cognitiva!” No entanto, essa “safra 2011 de especial risco” se contenta em reciclar o velho. O leitor experiente encontra nela com o que se divertir, mas também com o que se preocupar em relação a uma atmosfera que já reinava nas formas mais antigas de manuais, atmosfera que nós podemos resumir nesses avisos: alto ao falar para não dizer nada; alto ao soprar do vento; lugar para a eficácia na palavra e no gesto. Todo o resto transborda com um excesso indissociavelmente inútil e patológico. Todo o resto está riscado. Pragmatismo? Próximo argumento: cada um pode perfeitamente constatar que o desemprego não parou de aumentar paralelamente às tentativas da escola de “repensar” o aluno como ser-de-contrato. E nós podemos duvidar que a chave para o pleno emprego resida na organização de sessões de suporte escolar “competência em grafismo” para os pequenos alunos que ultrapassam as linhas quando colorem um desenho. Jean-François é professor de filosofia. Publicou no número 8 da revista Le diable probablement um artigo sobre a evolução da escola maternal “e a carteira se fez quadro-negro”. NOTÍCIAS Buenos Aires, 20 de outubro de 2011A UNSAM, seu Reitor Dr. Carlos Ruta e o Decano da Escuela de Humanidades Dr. Enrique Corti , convidam para o ato acadêmico durante o qual se realizará a entrega do Diploma de Professor Honorário ao Professor Jorge Alemán, de acordo com resolução do Conselho Superior da referida casa de Altos Estudos. O ato acadêmico será realizado no dia 25 de outubro, quarta-feira, às 12h, no salão de atos do Campus Miguelete, Martín de Irigoyen 3100, Partido de General San Martín. http://liberezrafah.blogspot.com/Nós ganharemos porque não temos outra escolha – Agnes Aflalo Ilustração da página 1: Carta à sua excelência Madame Lamia ShakkourSim, Lacan Cotidiano, acabará publicando Laure Pastor (O nome dos amores).
NO SITE www.lacanquaotidien.fr Kristell [email protected] Propõe a vocês descobrirem os seguintes textos: (Atenção! Todas as indicações são de links ativos, um clique e vocês estarão lá) Artigos Invenções + Instituições – Uma iniciativa não exatamente como as outras: L’ Institut Hospitalier Soins Etudes d’Aubervilliers, por Yves-Claude Stavy Eventos Vamos Nessa – Outros eventos. Eu desaparecerei por Arne Lygre Stéphane Braunschweig. Criação mundialVamos Nessa Outros eventos Orlan Especial FIAC Lançamentos Pela Grama Ediciones: Vida de Lacan, Jacques-Alain Miller Pela Harmattan: Seis manifestos contra o DSM Ravenne Paris Barcelona Buenos Aires São João Del Rei. Apresentação e comentários de Émile Jalley. Vol 1 e 2 A ser lançado: The first book on Lacan in India. The literary Lacan: From literature to Lituraterre and Beyond. Lacan Cotidiano durante as próximas três semanas. Estarei ausente por três semanas para escrever Vida de Lacan. Durante minha ausência Lacan Cotidiano continua. A coleta de assinaturas pela libertação de Rafah continua. A ênfase agora deve ser colocada nas assinaturas institucionais: das Universidades, em conseqüência do apelo lançado por Paris 7 – Diderot; dos prefeitos e dos Conselhos Municipais (lista irá divulgar os apoios já recolhidos); de hospitais; instituições de atendimento; etc. Em função das férias de Todos os Santos, LQ vai se aproximar de seu conceito: ser a vigília da vida intelectual na França – e alhures, onde tivermos amigos dispostos a nos escrever (em francês). Até o fim de novembro, vocês vão descobrir um certo número de “crônicas” que evocarão a granel novas edições, novos espetáculos, o espetáculo da vida, do mundo, do país, do poder, da psicanálise, etc.Duração desta missão: de hoje até o fim de novembro, nós faremos um balanço, colocaremos um pouco de ordem (?) Contato: Anne Poumellec para na próxima sexta-feira à noite e retorna dia 03 de novembro; sua função de editora será assegurada pela redatora Kristell Jeannot. Para enviar textos, assinaturas, mensagens, utilizaremos seu endereço [email protected] Eu receberei com boa vontade a cópia destes envios no endereço [email protected], mas vocês me desculparão por não respondê-los até a minha volta, dia 14 de novembro 7 DIAS POR SEMANA LACAN QUOTIDIEN INFORMA E REFLETE A OPINIÃO ESCLARECIDA Editora: Anne Poumellec [email protected]Redatora: Kristell Jeannot [email protected]Presidente: Eve Miller-Rose [email protected] Suporte informático: Marc Francboizel and FamilyLacan e Livreiros: Catherine Orsot-Cochart [email protected] Mediador: Patachón Valdès [email protected] PUBLICADO PELA EDITORA NAVARIN *Jacques-Alain MILLER na LIVRARA KLEBER SÁBADO 22 DE OUTUBRO ÀS 15H00 – Jacques Lacan, O Seminário, livro XIX: …ou Pire texto estabelecido por Jacques-Alain Miller (Éd. du Seuil)– Jacques Lacan, Eu falo com as paredes – texto estabelecido por J.-A. Miller (Éd. du Seuil)– Jacques-Alain Miller, Vida de Lacan – primeira edição (Ed. Navarin) «Jacques-Alain, tudo e mais um pouco foi dito sobre a pessoa de Lacan. Você não reagiu por trinta anos, por que reagir agora? – Por que, diz o Eclesiasta, ‘cada coisa tem seu tempo. Existe o tempo de se calar e existe o tempo de falar’. Sob o meu ponto de vista todas as histórias sobre Lacan são verdadeiras, mesmo aquelas que são falsas. Que cada um fale dele como o compreende, é muito bom. A diferença agora é que no lugar de fechar o bico, eu também falo. E isso é só o começo, eu estou começando um folhetim!” FIM 65 Tradução: Eveline RegoRevisão: Maria do Carmo Dias Batista