Raquel Cors Ulloa
Membro da NEL e de LATIGO
Santiago – Chile
O quarto Boletim de Latigazo já se encontra disponível ao leitor interessado em nossos temas. Cada latigazo, « Lacanaian Transatlántica de Investigación », vem composto por textos que amigos da psicanálise e a comunidade analítica tentam circunscrever no espírito destas leituras.
Eric Laurent, na segunda parte do seu texto sobre a Crise pós DSM, nos permite compartilhar sua reflexão sobre os avanços da genética, as ambições do Google, e os multi-negócios da ciência e do capitalismo que, sem nos perguntar, pretendem incluir-nos na mesma « bolsa » ou mercado de valores. Perante a crise das classificações, Laurent propõe à psicanálise algumas vias concretas sobre o que é preciso fazer, como por exemplo, favorecer a crítica da psicopatologia em relação aos efeitos de abandono produzidos pelas aproximações clínicas forclusivas do sujeito. Ou seja, estar atentos aos efeitos de subversão das categorias para todo uso « off label« . E, saber-fazer, não novas classificações ou etiquetas, mas sim saber-fazer com a oportunidade que esta crise nos dá para que o discurso do analista tente cernir a forma que cada sujeito recebe sua calcificação ou etiqueta. Pois, o discurso psicanalítico recorda ao sujeito a existência da singularidade de seu desejo, do seu fantasma e de seu sintoma. Nós desejamos – diz Laurent – destruir radicalmente os prestígios.
Quando Latigazo Nº 3 saiu, Silvia Elena Tendlarz, fez um comentário sobre a entrevista que realizamos com Heidi Gheler a propósito de um sequestro. Imediatamente perguntei-lhe se nos daria a honra de transmitir sua reflexão sobre este tema. Nas páginas seguintes vocês encontrarão o acento que a autora põe sobre a posição que alguns reféns tomam diante de seus sequestradores.
Nossa colega Rosa Edith Yurevich, propõe um texto no qual diz da diferença entre a política comum, ordinária, e a política da psicanálise, uma política que se orienta pela ética do bem dizer, da intensão, e, especialmente naquilo que se refere propriamente a análise, já que somente pela intensão, por uma política diferente da enunciação é que se produz a transferência. Yurevich retoma Lacan em seu texto, quando em 1970 descreve a psicanálise como o discurso mais potente para comover os semblantes da civilização.
Assim, os textos deste número se articulam ao número anterior e ao próximo, no qual contaremos com valiosos aportes, sendo um deles uma demonstração Literal por meio da letra de Miquel Bassols.
Para vocês, Latigazo Nº 4
Convidamos vocês a acessar o boletim No. 4 em:
Tradução: Paola Salinas
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