n º 27
Ano 4
ABRIL DE 2007
Latusa digital reúne neste primeiro número de 2007, dois textos que têm em comum terem sido escritos durante recente percurso de seus autores na universidade. Em “Pontuações sobre a teoria do trauma em Freud e em Lacan”, Sandra Viola parte da concepção freudiana de trauma de 1895 como um quantum de excitação que resta sem possibilidade de ligação e/ou de escoamento. Acentuando que esse quantum será pensado por Freud como resultante de uma sedução efetiva da criança pelo adulto e, depois, como decorrente de sua fantasia, Sandra relembra a série freudiana: trauma – sedução (abuso efetivo) – fantasia – sintoma. Privilegiando a repetição dos sonhos traumáticos, retoma o sonho da injeção de Irmã e os comentários de Lacan sobre o sonho: “Pai, não vês que estou queimando!”, para concluir, com Éric Laurent, que o que traumatiza o sujeito é nascer imerso num banho de linguagem, apreendida como parasita fora-do-sentido diante do qual o sujeito produz um sintoma.Haendel Motta Arantes, em “Lacan e o zen”, extrato de sua monografia apresentada na UFF, discute o corte analítico aproximando-o da técnica da Escola Zen. Retoma algumas referências de Lacan sobre o Zen para enfatizar que o que interessa a Lacan é a maneira de proceder dos mestres Zen diante da difícil tarefa de transmitir os Koans. Com essa aproximação do corte com a técnica Zen, Lacan pretenderia enfatizar, segundo o autor, que a interpretação deve visar em última instância interromper o automaton do discurso, a opacidade mecânica das palavras, “evocando sua abertura aos desfiladeiros pulsionais”. Elisa MonteiroEditora de Latusa
Neste número:
Pontuações sobre a teoria do trauma em Freud e em Lacan– Sandra Viola
Lacan e o zen – Haendel Motta Arantes